segunda-feira, 5 de abril de 2010

Terremotos e suas origens



Como acontecem os terremotos? Onde eles são mais comuns? No Brasil acontecem terremotos? Quais os maiores que já ocorreram no mundo? Qual o último mais forte?
Um sismo, chamado ainda de terremoto ou terramoto é um fenômeno de vibração brusca e passageira da superfície da Terra, resultante de movimentos subterrâneos de placas rochosas, de atividade vulcânica, ou por deslocamentos (migração) de gases no interior da Terra, principalmente metano. O movimento é causado pela liberação rápida de grandes quantidades de energia sob a forma de ondas sísmicas. A maior parte dos terremotos ocorrem nas fronteiras entre placas tectônicas, ou em falhas entre dois blocos rochosos. O comprimento de uma falha pode variar de alguns centímetros até milhares de quilômetros, como é o caso da falha de San Andreas na Califórnia, Estados Unidos. Entre os efeitos dos terremotos estão a vibração do solo, abertura de falhas, deslizamentos de terra, tsunamis, mudanças na rotação da Terra, além de efeitos deletérios em construções feitas pelo homem, resultando em perda de vidas, ferimentos e altos prejuízos financeiros e sociais, como o desabrigo de populações inteiras, facilitando a proliferação de doenças, fome, etc.Também há os sismos induzidos. Estes são sismos associados à ação humana quer direta ou indiretamente. Podem ser devidos à extração de minerais, água dos aquíferos ou de combustíveis fósseis, devido à pressão da água das albufeiras das barragens, grandes explosões, provocados pela detonação de explosivos muito fortes, tais como explosões nucleares, que podem causar uma vibração de baixa magnitude ou a queda de grandes edifícios. Apesar de causarem vibrações na Terra, estes não podem ser considerados sismos no sentido lato, uma vez que geralmente dão origem a registros ou sismogramas diferentes dos terremotos de origem natural. Quanto a profundidade podem ser classificados de três formas: superficiais, intermédios e profundos.• Superficiais – ocorrem entre a superfície e os 70km de profundidade (85%).• Intermédios – ocorrem entre os 70 e os 350km de profundidade (12%).• Profundos – ocorrem entre os 350 e os 670km de profundidade (3% dos sismos).• Em profundidades superiores a 700km são muito raros.Uma maneira de se quantificar um terremoto é através da escala Richter. A escala de Richter foi desenvolvida em 1935 pelos sismólogos Charles Francis Richter e Beno Gutenberg, ambos membros do Califórnia Institute of Technology (Caltech), que estudavam sismos no Sul da Califórnia. Representa a energia sísmica liberada durante o terremoto e se baseia em registros sismográficos.A escala Richter aumenta de forma logarítimica, de maneira que cada ponto de aumento significa um aumento 10 vezes maior. Dessa forma, um sismo de magnitude 4 é 100 vezes maior que um de 2. No entanto, é importante salientar que o que aumenta é a amplitude das ondas sismográficas e não a energia liberada. Em termos gerais a energia de um terremoto aumentaria um fator 33 para cada grau de magnitude, ou aproximadamente 1000 vezes a cada duas unidades. Magnitude da Escala Richter e efeitos associados1 - Não é sentido pelas pessoas. Só os sismógrafos registram. 2 - É sentido nos andares mais altos dos edifícios.3 - Lustres podem balançar. A vibração é igual à de um caminhão passando. 3.5 - Carros parados balançam, peças feitas em louça vibram e fazem barulho.4.5 - Pode acordar as pessoas que estão dormindo, abrir portas, parar relógios de pêndulos e cair reboco de paredes.5 - É percebido por todos. As pessoas caminham com dificuldades, livros caem de estantes; os móveis podem ficar virados. 5.5 - As pessoas têm dificuldades de caminhar, as paredes racham, louças quebram.6.5 - Difícil dirigir automóveis, forros desabam, casas de madeira são arrancadas de fundações. Algumas paredes caem. 7 - Pânico geral, danos nas fundações dos prédios, encanamentos se rompem, fendas no chão, danos em represas e queda de pontes.7.5 - Maioria dos prédios desaba, grandes deslizamentos de terra, rios transbordam, represas e diques são destruídos.8.5 - Trilhos retorcidos nas estradas de ferro, tubulações de água e esgoto totalmente destruídas.9 - Destruição total. Grandes pedaços de rocha são deslocados, objetos são lançados no ar. O maior terremoto já registrado no mundo foi o Grande Terremoto do Chile em 1960 que atingiu 9.5 na escala de Richter seguido pelo da Indonésia em 2004 que atingiu 9.3 na mesma escala, causando uma grande Tsunami que matou centenas de pessoas.A zona onde a atividade sísmica é mais intensa é no Anel de Fogo do Pacífico ou zona circumpacífica, que passa por toda a zona montanhosa do continente americano (Andes, Montanhas rochosas e ilhas Aleutas) e o lado ocidental do oceano (Japão, Filipinas, Nova Guiné, ilhas Fiji, Nova Zelândia). É nesta zona que ocorrem 80% dos sismos a nível mundial. A cintura mediterrânea asiática também é importante e estende-se de Gibraltar ao sudeste asiático (15% dos sismos), sendo a zona junto à qual Portugal está localizado. Só nos Estados Unidos, ocorrem de 12 mil a 14 mil terremotos anualmente (ou seja, aproximadamente 35 por dia). Baseado em registros históricos de longo prazo, aproximadamente 18 grandes terremotos (de 7,0 a 7,9 na Escala de Richter) e um terremoto gigante (8 ou acima) podem ser esperados num ano. No Brasil atualmente não ocorrem sismos de grandes proporções. O último significativo foi registrado em 21.07.2007 e atingiu a região amazônica próximo à cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre. O evento, de 6.1 graus na escala Richter, ocorreu às 13h27 UTC (10h27 Hora de Brasília), a 632 quilômetros abaixo da superfície, aproximadamente a 171 quilômetros a este - sudeste da cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre e 427 quilômetros a oeste-noroeste de Rio Branco, capital do Estado. O abalo também foi registrado em Lima, capital do Peru, a 794 quilômetros de distância. Três horas após o evento ocorrido na Amazônia, outro abalo de forte intensidade foi registrado na província argentina de Jujuy. O sismo, de 6.2 graus, foi localizado a 289 quilômetros abaixo do solo, 135 km a sudoeste de Tarija, na Bolívia e a 215 km do norte-noroeste da cidade de San Salvador de Jujuy, na Argentina. Ambos os eventos foram registrados pela estação sismográfica de Otavalu, no Equador. O último sismo significativo ocorrido no mundo foi o de ontem (15.08.2007), com epicentro no Peru. O sismo, que atingiu 7.9 graus na escala Richter ocorreu na noite de ontem às 20h40, pelo horário de Brasília, a 40 quilômetros de profundidade, abaixo das coordenadas 13.322 s e 76.508W, a 43 quilômetros a oeste-noroeste de Chincha Alta e apenas 148 quilômetros a sul-sudeste da capital, Lima. Imediatamente após o evento, alertas de tsunamis foram emitidos pelo Sistema de Monitoramento de Tsunamis do Pacífico e abrangiam desde a costa norte do Chile, até a Colômbia, passando por Peru e Equador. Uma bóia chilena de coleta de dados, localizada a 800 quilômetros do epicentro do terremoto detectou 30 centímetros de elevação do nível do mar, que poderia crescer exponencialmente ao se aproximar de águas mais rasas, o que não se confirmou. Os avisos foram suspensos 6 horas mais. Autoridades peruanas informaram na manhã deste dia 16 que o número de vítimas fatais causado pelo violento terremoto de ontem à noite subiu para 340 e que pelo menos 1500 pessoas estão feridas. De acordo com a mesma fonte, esse número pode subir ainda mais, conforme avancem os trabalhos de resgate. Após o evento de 7.9 graus de magnitude, pelo menos mais 11 abalos foram registrados na mesma região andina. Desses eventos, cinco tinham mais de 5.5 graus de intensidade e um deles chegou a ser calculado em 6.3 graus. Inicialmente o sismo principal foi registrado como 7.5 graus, mas novas análises aumentaram esse valor para 7.3 graus. O Peru e toda a América do Sul estão localizados na região de interface entre duas grandes placas tectônicas, a placa sul-americana e a placa de Nasca. A placa sul-americana se estende pelo Atlântico até meio caminho antes da África. A placa de Nasca, por sua vez, se estende pelo oceano Pacífico. Os estudos mais recentes mostram que as duas placas convergem a 78 milímetros ao ano, com a placa de Nasca, mais pesada, se afundando abaixo da placa sul-americana, em um processo conhecido como subducção. Esse processo causa o espessamento da borda esquerda da placa sul-americana e a conseqüente formação da cordilheira dos Andes, sendo a cordilheira dos Andes uma conseqüência deste choque de placas. O sismo de ontem ocorreu próximo ao local de outros dois grandes eventos de magnitude 8, registrados em 1908 e 1974. Em 1966, outro terremoto, de 8.2 graus, sacudiu a mesma região, ligeiramente ao sul. Em 2001, um abalo de 8.3 graus fez tremer a cidade de Arequipa, ao norte do evento de quarta-feira. O mais intenso terremoto ao longo da costa peruana ocorreu em 1868 e foi estimado em 9 graus na escala Richter e produziu um violento tsunami que vitimou milhares de pessoas ao longo da costa sul-americana, além de causar grandes prejuízos no arquipélago do Havaí.

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